Coleção de textos.
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Sozinhos.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Queria esquecer poesia

Queria esquecer poesia
me apaixonei pela cançao
e queria esquecer poesia
prolixa poesia inutil
a palavra sai no canto
se te escreve nasce voce
feto morto de desejo de dizer

queria não estar aqui escrevendo
me deixa levar por não me levantar
deixei o violão, as cordas já ficaram foscas
queria te esquecer poesia, queria estar na minha
queria sair desse ócio mecanico
parar de deixar minha cabeça em pânico
por me lembrar que preguiço esse ranço

voce é um pus desse ranço
voce não tem forma, não tem cor
não tem nada que interesse
não sou poeta, sou cantor
e quando não posso cantar
excreto voce num papel qualquer
pra esvaziar um vazio que só enche.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

8 Meses




8 meses passaram mais em tempo
as estações tortas apenas figuram
hoje eu olhei no calendário 
e no caderno o verso guardado

O vento da graça
a brisa boa que passa
não passa mais
não passa

as minhas folhas não tem
o balanço sem galhos
a arvore ja era
a vida é o que faço

Viver o vento que passa
nas folhas dos meus braços
era lindo calmo, sem traço
mas arvore é uma vida parada

eu tinha mesmo era que ser passaro
viver posado em arvore,cantando o dia inteiro
e no vento, na brisa leve boa
voando imerso no tempo, de graça.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Futura passado presente

eu quero um futuro em branco
sem rabiscos ou esboços
planos ou ciclanos

um presente de pés
passos amigos
sonos bem dormidos

quero um passado sereno
que desde pequeno console
esse empuxo leve, contrassenso 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ponto Morto


só o afogador mantem constante
os batimentos que em breve
em marcha lenta
subirão aquecendo o óleo
que afina o sangue,
acalma a agua,
refrigera o tanque
anda em movimento
de círculos cansativos
passam por buracos construtivos
e freiam a ansiedade da inercia

o motor é calmo por tolerância
suas costas largas e fortes
sustentam as peças parafusadas 
seu caminho é macio
devido a serenidade do esforço
que é nenhum, mas sonha
com os roncos altos de quem dorme
depois de força e dever cumprido

suas canecas repletas de limo
copos cheios de vinhos 
que carburam obsoletamente
por sua unica chance de sobrevivência
com suas vigas de aço
que cortam suas próprias costelas
murmurando os 6 pistons 
rezando pra não apagar suas velas. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O melhor pra você






Você deveria ficar mais no seu canto
para não queimar seu filme
para não ficar de pranto
Você devia ficar mais no seu canto

Segura essa vontade 
de querer, falar e sentir
segura essa, malandragem
e vê se fica feliz

Não meta seu bedelho
Não aponte um dedo
Não sorria de canto de boca
Não ouça o que não lhe é direito
Não meta o bico no que é dos outros
Não queira o que não é pra você e nunca vai ser seu

Segue ai seu caminho
Olhe pra frente direitinho
Não peça carinho
Não me leve a mal

Mas voce devia ficar mais no seu canto
Quietinho, parado, sem drama
Voce é muito agitado, eufórico 
Não cabe na própria cama


Pare, meu amigo
Pare agora
Aceite e se acalme
Pare de querer 
O que não é pra você.

domingo, 1 de abril de 2012

Represa

Toda vez que fico cansado eu procuro as pessoas.
Como qualquer ser humano acaba fazendo isso.
Mas quando eu canso eu procuro as pessoas...eu volto a procurar as pessoas.
Eu canso de conter minha procura.
Canso de ser a represa do meu próprio vazio.
Eu canso e isso tudo que não-ocupa escorre e devasta todo o seu caminho.
Tudo passa como uma corredeira por cima dos muros que cedem com o peso de tudo que não esta ali.
Grandes ondas vazias passam por entre todos.
Eu me sinto vagar como um moribundo e me sinto mais moribundo ao ponto que percebo isso.
Endureço e agora não espero mais achar coisa alguma que me amoleça e zele.
Endureço e viro pedra, que faz os muros dessa represa velha.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Esporas da minha vida

o tempo fora é mais rapido
começam as letras
risquei a folha
esfera de minha caneta

não tenho condições
pra sacar minha pistola
eita chão de terra
o tempo fugiu da minha sacola

cada grão de alegria
da pólvora caída
esporas e mais esporas
de toda a minha vida

todos brindam
atiram pra cima
a porta abre partida
Sino de igreja torta